31 de dez. de 2010

MORDAZ

Aí, perdemos a arte e as cores

Gritamos azuis e ares de diferentes coisas

Oramos às tardes e vestimos o dia

Andamos nas paredes dos astrais
entre raízes e vozes

Comentando o borrado verso
dos sem motores

23 de dez. de 2010

tanto quanto



pra onde vai a volta

tudo no verbo, errado?

eu não sei o dia

se amanhã uma chuva

outras outras

e o significado

pra um bocado de gente...

19 de dez. de 2010

lho

cara doce e apetitosa
de chocolate dark e vermelho caliente
de repente a idade, sem maldade nem importa
e de perto, charme
chama interessante vive e tem pra dizer
coisas futuras de cara corada
em lugares demais
bem noite boa e sempre madrugada
de bons dias eu quero

13 de dez. de 2010

o beijo na boca

mais uma vez nós, perdidos no paraíso
esquizofrênicos esmagados num tempo mais ilícito
eu peço o encontro brutal do chão
o grito niquelado em mudanças
os bravos olhando por cima
os velhos não entendendo nada
as crianças chorando
um grito emudecido no ar vermelho
o beijo encravado na garganta
a fome mastigando a hipocrisia
a heresia rolando solta
e os gritos de uma rebelião
os pedaços da roupa virando farda
a máscara ironizando o perdão
a vitrine quebrada com um tiro
os esgostos pegando fogo
o blecaute no emudecer do amanhã
os fracassados orgulhosos
à queima-roupa, o cru
os urubus voando
fermentados com a visão bitolada
dando voos rasantes como um supersônico
nazista, pregando o genocídio
o pueril ferrão da lágrima
escorre dos olhos
num infinito pesadelo
com os olhos abertos
a escravidão é um ato inacabado
perto de uma fronteira
a busca do infinito

23 de nov. de 2010

formas de apagar
um coração chorando
mas eu estou vivendo,
fique esperta
não me perca de vista
pra estremecer
confesso, meio sonho
meio minha, olhando a volta

Bis{ mas eu vou vivendo

pondo o recompondo
com novas atitudes
cheias da lua, cercado por ela
das boas luzes
e a lua não desliga

Bis{ mas eu vou vivendo

19 de nov. de 2010

mais ou menos fim sem acabar

Porra de contato imediato
que não estoura o coração de verdade
Simplesmente briga em todos os idiomas
e vai perturbando
Pondo o mais esquisito
sentimento
fora
Do alcance em suspiro remoto
complicado bem oblíquo
Expressando um termômetro
em erupção
Sem o medo de ter dor e dó
Ré sem andar pra trás
porque flerte e inerte
não dá pra ficar
O atalho atado, grande problema
Pessoas pró
uns nem falam
E o papel, um rabisco
só pra se ler
Talvez mais que isso
coisas
de um menor mal
Cada um na sua
devorando
o que não se permite
E um pedaço do tempo voa

porta da mente

a escura caminhada
pro esgotado tato
da mente
as públicas ironias
debochadas em suas agonias,
rebeldes num pedaço
perdidos na não-aflição
atrás da porta
porque não tem porta

12 de nov. de 2010

LIS

Perdão
A coisa horrenda
O não descompromissado
Assado no existir
Fala sim a todas as coisas
Porque tem coisas
Aos afoitos damos um jeito
As mulheres perdidas
Amamos outra vez
Os loucos estão no hospício
Deflagrando a epidemia
Lírica é a questão
Que bate na porta
Porque tem vida
E cor
Chamas e caras
Como todos os vivos

6 de nov. de 2010

pirados acadêmicos

Somos lixos na transição
Perdidos desejos do não
Porque lugar não brotou
A rosa da sua morte
O perfume da indecência
Pirados acadêmicos
Da escola da vida
descobrindo o mundo psicodélico
No encontrar
Do nada
A visão mais crítica da tela
O absurdo

el-cocô

El-cocô, agora

Sempre el-cocô

El Salvador Dalí

Dacolá, qualquer

putero da literatura

o putero da literatura é a casa da tia

onde todo dia leva pica o dia inteiro

homens vão pra cama com vacas e dama

a literatura é escrita no banheiro

enquanto um caga o outro limpa o putero

a mordida vai no seio e a outra mão no meio

o putero da literatura é um local de inspiração

quando um respira o outro está em ação

o putero da literatura não para

um mete e o outro limpa a cara

o coito nas segundas é mais barato

se a foda for em um minuto, paga no ato

lá só tem gente boa

e todo dia rola rôla



29 de out. de 2010

pra que um instante

pra não parar e entender
aqui uma coisa bem pedra
e difícil de quebrar
como se algo acontecesse
e liquidar qualquer emoção
uma vida exata
apesar desatinado com radar
trocado sem álcool e piedade
bem ainda um mundo
cheio de gente

25 de out. de 2010

???

a que tudo presta, indagações
do errado
do não entendido de certas
pessoas
de certos horrores e de algumas
cabeças
onde pode, de várias expressões
julgar
mas compreender, depende

16 de out. de 2010

grãos

Os grãos registrados no paraíso
vivem de alegoria
Somam ideias de ancestrais
Com pedestais na sala
No jeito e no disfarçado
horário da madrugada,
quando o sino estala
A calada noite repõe o sonho
Acorda a gente
Mas o rótulo não é mais o mesmo
assim, perto das raras vezes
O último destaque é uma fotografia
Cheia de grafias rabiscadas
Porque o papel,
o script
E o eu
Tudo é uma questão de representar

13 de out. de 2010

figuras à procura da libertação

expressar
a cor da esquisita
face do erro
é uma questão
de tempo.
estoura primeiro
o berro
e depois esquenta
a língua,
a boca oculta
e o resto
da cara.
uiva
pra lua
como ainda
igual a um
bicho,
esperando a inversão
de paralelos
e escuridões.
e quando
a hora acorda impondo
estridentes
desmembramentos
estamos
correndo
de ponta-cabeça.


11 de out. de 2010

pela rua

É sempre assim, em estilos
fertilizantes
Uns tais que por aí vão
Andando pelos perplexos
paralelepipedos
Na noite fria
com a cara risonha
De olhares vermelhos
e chamas tentadoras
Enveredando desejos
tenazes
E uivos murmurantes
Falando pro mundo
Pro fim verdadeiro
de um lugar


os baixos

Os pigmeus não sobem escadas
E nós imploramos por gritos escorregadios
Da boca...
O formigueiro virou seita
Dos escravos mais baixos da terra
E enquanto isso, os guardas chovem
Os molhados mijos na boca da...
Contracultura
O amor anda ainda esquisito
Nas bandas de lá
Os artefatos de briga, brigam entre si
E nós não brigamos nada
O quarto virou quinto...
Dos infernos e eu,
Estou com o céu pregado na parede
Esperando o tempo passar
E quando vejo a hora
O relógio está parado

10 de out. de 2010

grito do vento

Grito sem presentes
preconceitos
sem sabor
Não escondo a cara
e mostro pra apanhar
Que a sombra que sobra
soa entre as marcas
Esperando o final de tudo isto
assim jogado como lixo
Vendo com os olhos a angustia
do elo
Com ternuras de mudar mudos dardos
e mirar o vento

7 de out. de 2010

campos minados

Pode um homem nunca mais viver
apenas sorvendo
E daí há em nada resgatar
pequenos pedaços jogados
pra fora da disputa
E nem momentos voltam
mas as migalhas ficam
como estradas
Trazem um mesmo trajeto
do jeito contrário
e o ontem passa

polititica

Pátrias se consolidam em um lugar
Bronqueadas, cambaleiam de marquises e pedestais
Com estilos impressionistas
Borram carteiras e perfumes de certas personalidades
E as idades já são conhecidas do mundo
Imundos bandidos infiltrados
Maltratados pela crítica como vítimas
São assim, esqueléticos por aqui
Cheios de dinheiro na Suíça
Felizes denunciadores do mal comum
Onde as dores, somente vão levar em um caixão
Avaliado em pacotes de dólares
Estampados pelas televisões multifacetadas
Acrescentadas de toques angelicais
Concorrem aos picos das sacanagens
E não choram por isso e nem por nada
Mas riem à toa destoando o igual
Vendo em primeiro lugar o banal
Pegando carona com a revelação
Que todos esfregam em seus olhares

6 de out. de 2010

Que falem as gorduras

Parto aqui agora um jeito pão
Massa que abraça a barriga
Põe gordo na parada
e repete o peso
Embora a gordura nua uma questão de cabeça
Uma concepção de pesadelo
quando caído o modelo
estrutural
escultural pra debochar
De conceitos magrelinha gordurona
E uma romã pra dar apetite
e seja reinado
o ditado pra comer
Guloseima seiva seios e sonhos, céus!!!
Comamos a vida e deixemos palatos
vinagres e um pouco de vinho
pra degustar

5 de out. de 2010

trabalho de cometas

Por condições alguns cometas corretos
e flashs, nem pelos casos de qualquer coisa
Ou porra nenhuma, corredores ao redor de labirintos
Indo em grupo transformar o obumbrado
O que menos espera, mas feliz
Porque é a busca e várias frases
em jogo com quebra-pau
Tal perfume pra jorrar pelo menos duzentas vezes
Até dar ponto final
E a frase pede um instante
refrigerante de tomate
Touch-me, arooont-me tudo bem
Não dá pra ficar bravo, só um pouco tequila
Que o molde inspira
põe ira no olho dizendo ao contrário
E enxergando o que depois se conta
pronta entrega pra tudo,
e pira.

4 de out. de 2010

corações do escrito

Míngua lua linda
porém crescente
Com a estrela do lado de lá
pra qualquer lado
E pra noite ardente
Com verbos de cama, mesa e banho
Depois do assanhado ao máximo
Pois quase tudo é festa
tem sexta e mordidas mil
Ardidas, que quando todos
os batalhões chegarem
Ninguém fique em pé
Que nem relê, que né
e por diante
A chama do tabaco
Deus Baco
As mulheres
Talheres do começo ao fim
Mas tudo acaba

aos antagônicos damos um jeito qualquer e pronto

equacionando a ideia e colocando letra na poesia
vou arrebentando o velho e descobrindo o meio
o defeito, o jeito e o lugar
rabiscando palavras, larvas e outros bichos
como a gente quer e como qualquer um
hipnotizado pelo papel, elo do barulho
sem a preocupação em acabar
cama e exclama de um certo gibi
e por aqui, erguemos paredes
remamos com os outros e comemos carne
amamos piamente o que é inusitado
para melhor compreender o que não é.

2 de out. de 2010

peço desculpas porque morri...

Na vida somos o timoneiro
Do andarilho estilo de ver
Criar com o corpo dependendo da mente
Sim, somos submissos e suplícios correm da garganta
A verdadeira janta do dia.
Os rombos proclamados, talvez mera especulação
do que acontece depois
Mas o fim é brutal
A tal cena emblema da morte
Não é válida somente a mim
Também tem reflexos por toda parte.
E quando em cadeia desmorona o genocídio dos felizes,
Ninguém faz amor no céu
Cada um vai morar onde quer
No infinito, por aí em qualquer canto
Arrebentando com o pranto
Tanto, que a volta é um trampolim.

30 de set. de 2010

bebemos por elas

O mundo anda com um gole de cachaça
Põe pirraça no meio, fala pro velho
E transborda um gole de cachaça
Rabisca o palito pro cigarro
e um gole de cachaça
Invade a cor o corpo da mulher
com um copo de cachaça
E fica melhor dizendo da desfaçatez
palavras de dicionário
pra ver se entende algumas, de cachaça
Bem ao pé da mesa
raiz de pé
dessa mulher
um bom pileque
Pra entender dessa cachaça

28 de set. de 2010

forte é a vida

Para qualquer
intervalo bom
Um grito certo
O gemido mundo
Uma grama e o olhar
Um planeta passa o riso
Seu ensaio
Seu grito
Um espasmo
perto
Um tratado correto
e curvas
A velha morbidez futura
E eu penso
Em um grito pronto
Lá na frente alguém escolhe
Envolve vive pra volta
Todo olhando
Lendo cardápios
A orgia na praça
Do lado a procissão
Dos possessos
Todo sentido nas ruas
O chão infinito fugindo
Quem cai fica


26 de set. de 2010

Púrpura

pra ser meu rótulo
de Baco elixir
em que navego pra querer
o ego teu
flor e pele vermelha
Assemelha-me a imagem
imagine o eu teu
todo felino feliz
pra boca campari
pare-me o pulsar
e dá-me a vida
um pouco mais que o teu anárquico jeito
o sorriso aberto e largo,
belo
esta tua ideia Deusa
de chacoalhar qualquer pensamento
de não fazer dormir
mirando à minha frente
onde projeto
injeto a picardia do desejo
em querer-te
do fascínio à arte
ao jeito ao já
pra buscar mais essência da paixão,
do orgasmo
Do vermelho, do nirvana aclamado
declarado poder
pra me consumir
sucumbir em êxtase,
brindar a fúria
e rir do melhor louco
beijo que se pode ter

24 de set. de 2010

e os tambores não param

Pra começar
só o pensamento diz
E não para
Vira uma válvula de rosto
retilíneo
à minha frente
Na frente de todos
de cara na cara
A concentração vai pro saco
o desejo de ouvir
vira recado
e de ver não vira
A questão do jogo impõe
a briga
pra achar um jeito
os olhos não dormem
é guerra
Bombardeando tambores
ainda vivo
E o tempo esvai
vai diminuindo no tempo
Talvez medida exata pra dar o gole certo
na repulsa da vida
agora ingrata
Ando pra não parar
enquanto pensamento
E isso jorra na paixão o estímulo
pra outro dia, tomara que pare
Tomara que não