29 de out. de 2010

pra que um instante

pra não parar e entender
aqui uma coisa bem pedra
e difícil de quebrar
como se algo acontecesse
e liquidar qualquer emoção
uma vida exata
apesar desatinado com radar
trocado sem álcool e piedade
bem ainda um mundo
cheio de gente

25 de out. de 2010

???

a que tudo presta, indagações
do errado
do não entendido de certas
pessoas
de certos horrores e de algumas
cabeças
onde pode, de várias expressões
julgar
mas compreender, depende

16 de out. de 2010

grãos

Os grãos registrados no paraíso
vivem de alegoria
Somam ideias de ancestrais
Com pedestais na sala
No jeito e no disfarçado
horário da madrugada,
quando o sino estala
A calada noite repõe o sonho
Acorda a gente
Mas o rótulo não é mais o mesmo
assim, perto das raras vezes
O último destaque é uma fotografia
Cheia de grafias rabiscadas
Porque o papel,
o script
E o eu
Tudo é uma questão de representar

13 de out. de 2010

figuras à procura da libertação

expressar
a cor da esquisita
face do erro
é uma questão
de tempo.
estoura primeiro
o berro
e depois esquenta
a língua,
a boca oculta
e o resto
da cara.
uiva
pra lua
como ainda
igual a um
bicho,
esperando a inversão
de paralelos
e escuridões.
e quando
a hora acorda impondo
estridentes
desmembramentos
estamos
correndo
de ponta-cabeça.


11 de out. de 2010

pela rua

É sempre assim, em estilos
fertilizantes
Uns tais que por aí vão
Andando pelos perplexos
paralelepipedos
Na noite fria
com a cara risonha
De olhares vermelhos
e chamas tentadoras
Enveredando desejos
tenazes
E uivos murmurantes
Falando pro mundo
Pro fim verdadeiro
de um lugar


os baixos

Os pigmeus não sobem escadas
E nós imploramos por gritos escorregadios
Da boca...
O formigueiro virou seita
Dos escravos mais baixos da terra
E enquanto isso, os guardas chovem
Os molhados mijos na boca da...
Contracultura
O amor anda ainda esquisito
Nas bandas de lá
Os artefatos de briga, brigam entre si
E nós não brigamos nada
O quarto virou quinto...
Dos infernos e eu,
Estou com o céu pregado na parede
Esperando o tempo passar
E quando vejo a hora
O relógio está parado

10 de out. de 2010

grito do vento

Grito sem presentes
preconceitos
sem sabor
Não escondo a cara
e mostro pra apanhar
Que a sombra que sobra
soa entre as marcas
Esperando o final de tudo isto
assim jogado como lixo
Vendo com os olhos a angustia
do elo
Com ternuras de mudar mudos dardos
e mirar o vento

7 de out. de 2010

campos minados

Pode um homem nunca mais viver
apenas sorvendo
E daí há em nada resgatar
pequenos pedaços jogados
pra fora da disputa
E nem momentos voltam
mas as migalhas ficam
como estradas
Trazem um mesmo trajeto
do jeito contrário
e o ontem passa

polititica

Pátrias se consolidam em um lugar
Bronqueadas, cambaleiam de marquises e pedestais
Com estilos impressionistas
Borram carteiras e perfumes de certas personalidades
E as idades já são conhecidas do mundo
Imundos bandidos infiltrados
Maltratados pela crítica como vítimas
São assim, esqueléticos por aqui
Cheios de dinheiro na Suíça
Felizes denunciadores do mal comum
Onde as dores, somente vão levar em um caixão
Avaliado em pacotes de dólares
Estampados pelas televisões multifacetadas
Acrescentadas de toques angelicais
Concorrem aos picos das sacanagens
E não choram por isso e nem por nada
Mas riem à toa destoando o igual
Vendo em primeiro lugar o banal
Pegando carona com a revelação
Que todos esfregam em seus olhares

6 de out. de 2010

Que falem as gorduras

Parto aqui agora um jeito pão
Massa que abraça a barriga
Põe gordo na parada
e repete o peso
Embora a gordura nua uma questão de cabeça
Uma concepção de pesadelo
quando caído o modelo
estrutural
escultural pra debochar
De conceitos magrelinha gordurona
E uma romã pra dar apetite
e seja reinado
o ditado pra comer
Guloseima seiva seios e sonhos, céus!!!
Comamos a vida e deixemos palatos
vinagres e um pouco de vinho
pra degustar

5 de out. de 2010

trabalho de cometas

Por condições alguns cometas corretos
e flashs, nem pelos casos de qualquer coisa
Ou porra nenhuma, corredores ao redor de labirintos
Indo em grupo transformar o obumbrado
O que menos espera, mas feliz
Porque é a busca e várias frases
em jogo com quebra-pau
Tal perfume pra jorrar pelo menos duzentas vezes
Até dar ponto final
E a frase pede um instante
refrigerante de tomate
Touch-me, arooont-me tudo bem
Não dá pra ficar bravo, só um pouco tequila
Que o molde inspira
põe ira no olho dizendo ao contrário
E enxergando o que depois se conta
pronta entrega pra tudo,
e pira.

4 de out. de 2010

corações do escrito

Míngua lua linda
porém crescente
Com a estrela do lado de lá
pra qualquer lado
E pra noite ardente
Com verbos de cama, mesa e banho
Depois do assanhado ao máximo
Pois quase tudo é festa
tem sexta e mordidas mil
Ardidas, que quando todos
os batalhões chegarem
Ninguém fique em pé
Que nem relê, que né
e por diante
A chama do tabaco
Deus Baco
As mulheres
Talheres do começo ao fim
Mas tudo acaba

aos antagônicos damos um jeito qualquer e pronto

equacionando a ideia e colocando letra na poesia
vou arrebentando o velho e descobrindo o meio
o defeito, o jeito e o lugar
rabiscando palavras, larvas e outros bichos
como a gente quer e como qualquer um
hipnotizado pelo papel, elo do barulho
sem a preocupação em acabar
cama e exclama de um certo gibi
e por aqui, erguemos paredes
remamos com os outros e comemos carne
amamos piamente o que é inusitado
para melhor compreender o que não é.

2 de out. de 2010

peço desculpas porque morri...

Na vida somos o timoneiro
Do andarilho estilo de ver
Criar com o corpo dependendo da mente
Sim, somos submissos e suplícios correm da garganta
A verdadeira janta do dia.
Os rombos proclamados, talvez mera especulação
do que acontece depois
Mas o fim é brutal
A tal cena emblema da morte
Não é válida somente a mim
Também tem reflexos por toda parte.
E quando em cadeia desmorona o genocídio dos felizes,
Ninguém faz amor no céu
Cada um vai morar onde quer
No infinito, por aí em qualquer canto
Arrebentando com o pranto
Tanto, que a volta é um trampolim.