31 de dez. de 2011


Pra nada ficar inteiro


Pode-se dizer que sofri
              o ano inteiro
Pra falar do amor que eu deixei
              pro ano inteiro
Pro jeito tão doce
    do amargo ano inteiro
Pode-se dizer que eu comi
              o ano inteiro
Pra deixar rastros
    tatos de todo ano inteiro
Uma relação de todos atos
    alguns toscos do ano inteiro
De uma conversa boa toda hora
                       nada inteiro
Pode-se dizer
Um abraço foi o ano inteiro
Foi um amor que passou
              e se ficar
    nada mais ficará inteiro

29 de dez. de 2011


Poesia do palco


Na solidão da poesia
                alguma coisa presta
Engomada como roupa pra festa de corpos
Onde o baile é todo dia
                    em cada olhar
E o salão, o palco
       onde as horas desfilam
Relógio visual, mal ou bem
             registrando rabiscos com gritos
E fechando a cortina com espelhos
                         olhando a plateia

Pra arrumar a casa



Aqui o tempo espera
Faz gargalhar o momento
Um pouco de lamento
E também um pouco de tudo
E algumas horas, grato
       ainda por existir
Que o vento assopra
Põe parafusos no meio
e vai consertando


20 de dez. de 2011


Um lunático porreta

Bebe-se a cachaça na lua
Arrota-se o porco na madrugada
Defeca-se de calças fechadas
Trepa-se ao meio dia
E chuta o cachorro da vizinha
É um porreta, um lunático
Dois fanáticos
Na manhã que se preza reza
Na noite quando a lua chega
Vira-se bêbada
Toma um porre
E fica, tá!

19 de dez. de 2011


o mais eloquente possível


Pra beijar todo instante
        todo delirante corpo
Sonhar cada vez mais
                do ótico, ótimo ...
                        a melhor visão
O tesão sempre batendo na porta
                porque é torta
Também que nem eu
                mas é melhor
Do cafajeste me arranque a roupa
                pronta pra morder
Tirar do néctar
                tar, tar, tar...
Ai que tiro louco do coração
Põe no forno e come

15 de dez. de 2011


idade da terra



Nos banidos tempos a selva canta
Emana enfeitiçada a rebeldia da vontade
Em viradas metabólicas da transformação
Ela brilha como um olho vermelho
Manchado de azul pelos paralelos de outros
Para simplesmente estourar de vida
Mas como está em parafusos,
                             derramados na idade
Na promiscuidade de seus donos tarados
Pedimos com a boca aberta fim,
                             porque ela está no asilo





compromisso ocasional


E é simplesmente
As coisas mudam de um dia pra noite
O açoite é facilmente degolado pelo já complicado
Tremor e terra
E assim acordados
                buscamos os compelidos
Esquecemos de oras bolas

Eu uso




Assim como as belas caras iludem
Eu uso a minha como máscara
Uso a tua como espelho e uma nova coisa
Uma nova ideia que pode ser muito interessante
Uso mais uma vez a divina ideia pra fazer o elixir
Perpetuar a visão do mundo como
            expansões do acaso das verdades
                                                   e minto

13 de dez. de 2011


Na certa madrugada



Pra tanta hora vivida
                          e cenas madrugadas
Um incerto tempo é perdido
                mas não jogamos fora o final
Deixamos correr veias e avenidas
                por caras vendidas
                          nas madrugadas
                um olhar sem preguiça
                          das malícias
                          o tempo dá
Pro final um claro motivo
                notívagos em busca
                da melhor hora marcada
A sinceridade dose certa
De conflito infinito
                e um gueto na avenida
Pra gente parar de falar mal
                tocar a sensível madrugada
Que ela quer conversar

Rebelião dos canalhas

Também com renúncias
Acabo detonando e rasgando
           a cara
           dos personagens
Proponho trégua,
          outras ocasiões
           e mais relações
Não quero bis nem frito
Para algum momento
          tornar a ser difícil
E então, acabar com os personagens

pouco lixo

Tudo aqui é muito luxo e pouco louco
Tem gente passando fome e gente comendo
                                               doidamente
Alguns pirando no errado e outros colocando erros
E a cabeça anda na nuca como sustentáculo
                                                       do saber
Mede obstáculos e mais uma vez sorri
Com pura insinuação destoa, vira à toa e grita
Barbariza em essências, cheiros e em outros casos
                                                       chora
Perde a hora, a razão, o então e o tesão
E em outros casos se notabiliza pela vigília, mas dorme
Põe ordem no sono, no como e no por quê
Olha aqui, anda debanda e bar
Com turras caras nas vísceras taras        
                                                       de um elixir
Aos olhares vermelhos, cores das veias
E consegue enxergar, mesmo que seja por belos
                                                               escuros
Velhas escórias e outras sensações

Último tapa de um lugar


Não é que o tempo acaba mas põe gole pra calar

Em cada olhar um ciúme úmidas palavras

Que não adiantam e adiam em todos um pouco

E pra vida entupir a pirada exaltação

Só dando porradas em verbos pedindo pra comer

E merdar toda bronca que simplesmente fere

Como com os olhos

Constrói o roer parafuso
Que conta é outra e muito caro pra depois
De exóticos bichos naturais que andam desertos
                                               pra um gole d’água
E vasos caem derramando
Pedindo a morte da sede pra pôr em retrato
Tudo que veio meio acabado
E nas doses um pouco de uma bela sacada
Cada um pra qualquer tempo pôr na sorte o que já foi
E agora outro jeito com mais calma
De palmas pra platéia de bizarros raros rostos
                                      pra daqui mutações
E normais das vezes com outras mais



Assim arrancamos



Às vezes temos que matar o objeto pra começar
Tornar abjetas em maneiras de não mais olhar
Porque assim arrancamos o momento
Guardamos somente em mente o que interessa
E pra ninguém nem conta pronta a dedução espera
De simples modo moderno absenteísta
Em forma de torta rebeldia mais-valia
Que a ilusão esmaga a magra verdade
Colocando o fim no elo e esfriando
                                      bem mais do que parece
De revoltar preces magias de luz pra ficar no escuro
Bem melhor que o rumo da frente pró
                                      e assim arrancamos

2 de dez. de 2011


Quem és tu?


Sacar a imperfeição própria
Mas ser perfeito feito gente
E dando um jeito pra tudo
até pra falar do desafeto
O afeto existente rompe
E mostra na cara que é vida
Aluguel nas relações
Mas e aí,
Qualquer motivo entenda o lado
Do originário e do fim

Loucos pro fim

Gostar... Tarar o cupido
Cuspir na primeira prateleira
E as lérias deixamos andar
Nossos marcapassos tortos
                               e felizes
                               enquanto
Mjadra, a porralouca da comida
                               tudo pensando
Oh! Doce norte
O forte vem
Pra deixar água na boca
Um beijo dela
Porque o fim já foi


DRIGX


fala meu velho
amigo pra sempre...
isso dá poesia.
fala manu
vida doida
doidelas
toda elas...
 todas...
 tolas
 coitadelas
 mortadelas...
 chumumelas
 kkkkkkkk
meladas...
moscas mortas
que nada...
em cada prato  de muié...
omoplata de muié
marmelada quente
rachadura rock
pro toque pro trum...
onomatopeicos...
pros peidos...
torpedo de merda
viva o cheiro
cara cara

                      e rodrigo teixeira

1 de dez. de 2011


Pra falar do beijo


Pra que de todas as coisas um final
                            é sempre um ponto zero
Aqui começamos a teoria da vida divina
                            sem medo do amadorismo
Sem medo do elo medo da terra que nos põe
                            em briga com o movimento
Põe-nos a verdade doida de mais uma vez
Mais uma voz que sempre ao entardecer
                            não enxerga e enche
São barulhos de relâmpagos náufragos de água
                            e os olhos que não sabem disso
Não reclamam, pedem numa só voz 
                            a guilhotina dos olhos
Vivem espremidos pulsantes
                            como pus do mundo
E no meio de todas as vontades o reprimido
Desejo arcaico em instintos vitais
Pra todas as emoções um gole, porre eclético
No final é sombra, briga interior
                                      e sonho
Cada vez mais cataclismo
                            de catar um objeto
Todo oposto bem ocaso
Pra dar velocidade ao processo
                            de virar mais
                      máquina e falar do beijo