17 de jan. de 2012


Todo balé pra matar a gente



Eu queria dar o grito
                  mais lindo
                            do amor
Agarrar todo teu corpo
                  arrebentar o copo
                           na parede
                  e fazer jorrar a vontade
Eu queria olhar você do lado
                  paralisar toda minha visão
                                    e ver dançar
                           o mais esplêndido
                                             balé
Pra abobalhar meus todos sentidos
                                             sempre

5 de jan. de 2012


talvez...

talvez minha vida seja um botequim
talvez minha vida seja mais que isso
talvez um gole de amor
talvez um gole de cachaça
talvez eu não exista

E nunca mais

Um dia surgirei
Serei eu
Onde mais
O mais é nunca
O nunca eu
Desvairado
Intelectual burro
Me surro, me mato
Sou um frasco
Tigela água
A vida nela
Se apela
Diz que rela e nunca mais
O mais, é um dia, paz
Onde não encontro
E pronto
Decadentista
Sou anarquista
Pra nunca mais

4 de jan. de 2012


beijar bem
e beijar com
    o mais gostoso
do gozo de estar
    com você

3 de jan. de 2012


A difícil arte


Da límpida inquietação uma hora sensata
Pra tentar como seu dono e dar um beijo
E mais um beijo improvisando o local
Com o tempo cravado no pulso
E ao mesmo tempo pra não ir embora
Dar o fora, esquecer o tempo
Pra gente ir
Tramar mais da gama balzaquiana madura
E um toque corpo mais desejado pra ver dos olhos
                                                        mel voraz e vivo
Dar o grito bonito, encher a boca
E beijos derretendo pra não parar
Pedindo o gozo clamado, a tenacidade perpétua
                                 no outro dia e não fazer morrer
Arrancar a vontade digna sempre
E ser seu

1 de jan. de 2012


o hoje acontece


E com a esculpida
  cara num parafuso
Paro de pensar
  em qualquer coisa
Ando procurando
  o certo que fala
           pela boca
E a vontade
  de expressar       
           está em mim