Pra falar do beijo
Pra que de todas
as coisas um final
é sempre um ponto
zero
Aqui começamos a
teoria da vida divina
sem medo do
amadorismo
Sem medo do elo
medo da terra que nos põe
em briga com o
movimento
Põe-nos a verdade
doida de mais uma vez
Mais uma voz que
sempre ao entardecer
não enxerga e enche
São barulhos de
relâmpagos náufragos de água
e os olhos que não
sabem disso
Não reclamam,
pedem numa só voz
a guilhotina dos olhos
a guilhotina dos olhos
Vivem espremidos
pulsantes
como pus do mundo
E no meio de
todas as vontades o reprimido
Desejo arcaico em
instintos vitais
Pra todas as emoções
um gole, porre eclético
No final é sombra,
briga interior
e sonho
Cada vez mais cataclismo
de catar um objeto
Todo oposto bem
ocaso
Pra dar
velocidade ao processo
de virar mais
máquina e falar do beijo
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