23 de nov. de 2010

formas de apagar
um coração chorando
mas eu estou vivendo,
fique esperta
não me perca de vista
pra estremecer
confesso, meio sonho
meio minha, olhando a volta

Bis{ mas eu vou vivendo

pondo o recompondo
com novas atitudes
cheias da lua, cercado por ela
das boas luzes
e a lua não desliga

Bis{ mas eu vou vivendo

19 de nov. de 2010

mais ou menos fim sem acabar

Porra de contato imediato
que não estoura o coração de verdade
Simplesmente briga em todos os idiomas
e vai perturbando
Pondo o mais esquisito
sentimento
fora
Do alcance em suspiro remoto
complicado bem oblíquo
Expressando um termômetro
em erupção
Sem o medo de ter dor e dó
Ré sem andar pra trás
porque flerte e inerte
não dá pra ficar
O atalho atado, grande problema
Pessoas pró
uns nem falam
E o papel, um rabisco
só pra se ler
Talvez mais que isso
coisas
de um menor mal
Cada um na sua
devorando
o que não se permite
E um pedaço do tempo voa

porta da mente

a escura caminhada
pro esgotado tato
da mente
as públicas ironias
debochadas em suas agonias,
rebeldes num pedaço
perdidos na não-aflição
atrás da porta
porque não tem porta

12 de nov. de 2010

LIS

Perdão
A coisa horrenda
O não descompromissado
Assado no existir
Fala sim a todas as coisas
Porque tem coisas
Aos afoitos damos um jeito
As mulheres perdidas
Amamos outra vez
Os loucos estão no hospício
Deflagrando a epidemia
Lírica é a questão
Que bate na porta
Porque tem vida
E cor
Chamas e caras
Como todos os vivos

6 de nov. de 2010

pirados acadêmicos

Somos lixos na transição
Perdidos desejos do não
Porque lugar não brotou
A rosa da sua morte
O perfume da indecência
Pirados acadêmicos
Da escola da vida
descobrindo o mundo psicodélico
No encontrar
Do nada
A visão mais crítica da tela
O absurdo

el-cocô

El-cocô, agora

Sempre el-cocô

El Salvador Dalí

Dacolá, qualquer

putero da literatura

o putero da literatura é a casa da tia

onde todo dia leva pica o dia inteiro

homens vão pra cama com vacas e dama

a literatura é escrita no banheiro

enquanto um caga o outro limpa o putero

a mordida vai no seio e a outra mão no meio

o putero da literatura é um local de inspiração

quando um respira o outro está em ação

o putero da literatura não para

um mete e o outro limpa a cara

o coito nas segundas é mais barato

se a foda for em um minuto, paga no ato

lá só tem gente boa

e todo dia rola rôla